Legítimo representante do hard rock californiano, o Guns N’ Roses era apenas mais uma entre as centenas de bandas que surgiam e desapareciam no rastro do estilo criado por Motley Crue, Ratt e Poison, entre muitas outras. Talvez o que tenha diferenciado o Guns N’Roses era que eles não apenas cantavam sobre sexo, drogas e vida desregrada, mas viviam estes temas.
O primeiro componente da banda a se interessar por música foi Duff McKagan, baixista, que já em 1981 havia participado de dezenas de bandas em Seattle. Em 1982 McKagan através de um anúncio de jornal chegou a Slash e Steven Adler e, juntos formaram a banda Road Crew. A banda se desintegraria algum tempo depois mas os três integrantes mantiveram contato.
Logo após formada a banda agendou uma turnê. Três dias antes do primeiro show, Tracii e Robert abandonaram a banda e foram substituídos por Slash e Steven Adler. Esta formação iria durar mais e iniciar o grande sucesso da banda, embora a primeira turnê tenha sido um fracasso e eles tenham de ter vendido parte do equipamento para voltar para casa. Morando em Los Angeles, sem contrato e competindo com centenas de bandas do mesmo estilo, o Guns N’Roses contava com algo além da música para sobreviver: roubaram, venderam drogas e mulheres durante algum tempo. Em 1986, contornando as dificuldades, gravaram um EP (disco de menor duração) com quatro músicas. O nome do disco, lançado de forma independente, era Live Like a Suicide, e continha quatro músicas gravadas ao vivo (inclusive um cover do Aerosmith, Mama Kin). Estas quatro gravações viriam a ser relançadas anos depois no disco Lies.
Em 1988 a Geffen Record decide lançar um novo álbum, Lies, composto de apenas quatro composições novas e das quatro gravações do EP Live Like a Suicide de 1986. Torna-se claro neste disco o caminho que viria a ser tomado pela banda nos anos seguintes. Enquanto as quatro faixas gravadas em 1986 primam pela agressividade e velocidade, as novas faixas de 1988 introduzem instrumentos acústicos que culminam na melosa Patience. Lies também sobe as paradas e se junta a Appetite For Destruction, que continua a vender cada vez mais. A banda passa a ser adorada por adolescentes e posers e começa a perder seus fãs mais radicais. Contrastando com o sucesso cada vez maior, os componentes parecem fazer questão de provar que continuam rebeldes e geram escândalos e controvérsias nos anos que se seguem: agressões a vizinhos e repórteres, tumultos constantes gerados durante os shows, brigas, abuso de drogas e bebida, prisões e dezenas e dezenas de processos em todos os países por onde a banda passava.
Ora abandonando os shows sem motivos aparentes, ora agredindo repórteres ou fãs que insistem em fotografar ou filmar as apresentações, ora começando os shows com horas de atraso, Axl contribui para gerar tensão em praticamente todas as apresentações da banda. Segundo ele próprio o perigo faz parte do espetáculo. Um dos maiores problemas enfrentados pela banda ocorreu durante o Donington Monsters of Rock de 1988. Em meio a mais um dos constantes tumultos gerados pelo estrelismo de Axl Rose dois fãs morreram esmagados pela multidão. O abuso de drogas foi o motivo do primeiro desfalque entre os componentes. Em 1988 Slash por pouco não é despedido por abuso de heroína e em 1990 Steve Adler foi tirado da banda por não conseguir abandonar o vício. Steven Adler foi substituído pelo baterista do The Cult, Matt Sorum, com quem a banda havia excursionado no início da carreira. Se junta também à banda o tecladista Dizzy Reed. A estréia do novo grupo ocorre no Rock In Rio II.
Em 31 de Outubro de 1996, Slash anuncia sua saída do Guns N’ Roses, dizendo que só tinha encontrado-se com Axl duas vezes desde 1994. Paul Huge foi apontado como um dos culpados pela saída de Slash, pois teria botado o volume de sua guitarra mais alta do que a de Slash na música Sympathy for the Devil. Em 1997, Robin Finck, do Nine Inch Nails, vem para substituir Slash, e no mesmo ano, Axl (agora dono de todos os direitos sobre o nome Guns N’ Roses) demite Matt e Duff decide sair da banda. No final de 1998, o sumido Axl é preso no aeroporto de Phoenix e é tirada uma foto sua aonde mostra o vocalista de cabelos curtos. Em 1999, Robin Finck sai do Guns N’ Roses e pouco depois a banda lança a música Oh My God, a primeira em cinco anos, como trilha sonora do filme ’Fim dos Dias’, com o ilustre fã Arnold Schwarzenegger. A provável formação que gravou essa música é W. Axl Rose, Dizzy Reed, Robin Finck, Paul Huge (também conhecido como Paul Tobias), Tommy Stinson (baixo) e Josh Freese (bateria). Em novembro de 1999, Axl concede uma entrevista a MTV falando sobre sua vida durante esses anos de reclusão e é lançado Live Era ’87-’93, uma coletânea dupla ao vivo do Guns N’ Roses, que também é sucesso de vendas.
Em 2002, a banda faz uma tunrê mundial na qual pretendiam lançar o novo álbum Chinese Democracy. A tunrê estava prevista para durar até 2003, porém problemas internos impediram que isso acontecesse. Dizem as más linguas que a principal culpada do fim da turnê é a empresa Clear Channel, responsável na época pela administração do marketing do Guns N’ Roses. A turnê então tem muitos shows cancelados e encerra-se em dezembro de 2002, com um show no Madison Square Garden, em Nova York. No começo do ano seguinte, em 2006, Axl cede uma entrevista à revista Rolling Stone, onde revela detalhes do novo álbum. Axl conta para a revista que está trabalhando em 32 músicas novas, 26 estão praticamente finalizadas e dessas, 13 entrarão no álbum Chinese Democracy. Entre essas músicas, Axl fala que entre suas favoritas estão The Blues, Better e There War Time. Essas duas últimas viriam a cair na internet algumas semanas depois, junto com I.R.S e The Catcher In The Rye, completando assim 4 sons inéditos gravados em estúdio. Essas músicas mostram bem o novo estilo do Guns, com um hard rock mais atual e alguns efeitos eletrônicos, o que gerou uma grande polêmica entre os fãs adoradores do álbum Appetite For Destruction.
Em maio de 2006, o Guns N’ Roses reaparece com 5 shows em Nova York, sendo um acústico. Poucos dias depois, a banda divulga uma grandiosa turnê européia que se inicia em Madrid, no final de maio de 2006, como um show de aquecimento para o festival Rock In Rio Lisboa onde a banda era uma das principais atrações, novamente. O ano de 2006, com certeza, foi um excelente ano para a banda. Com um público de mais de 700 mil pessoas somente na Europa, a banda ficou entre as 10 mais sucedidas do ano. EUA e Canadá completaram as passagens do Guns N’ Roses em 2006, completando um total de 21 países.
Em dezembro de 2006, Axl Rose publica uma carta aberta ao fãs no site oficial do Guns, falando sobre o atraso no lançamento do Chinese Democracy e seu relacionamento com Merck Mercuriadis, seu empresário. Axl explica que quando corcordou em fazer a turnê norta-americana, ele e Merck tinham em mente que o CD seria lançado em 26 de dezembro, o que acabou não acontecendo. A banda e Axl decidiram, então, o fim do relacionamento com Merck Mercuriadis, e uma nova tentativa de lançamento do álbum seria feita no dia 6 de março de 2007. No ano seguinte, em 2007, o Guns N’ Roses continua a turnê, que teve seu último show no Japão, em julho. Após mais de 1 ano na estrada, a espectativa para o lançamento do Chinese Democracy era imensa, por parte de todos. Até a marca de refrigerante Dr. Pepper publicou que iria distribuir uma garrafa de bebida de graça para cada cidadão dos Estados Unidos, caso o álbum fosse lançado até 31 de dezembro de 2008. O Chinese Democracy se torna o álbum mais esperado de todos os tempos, tendo até agora um custo de produção de aproximadamente 13 milhões de dólares.
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